quarta-feira, fevereiro 21, 2007
Mais filmes
Preciso falar sobre Pecados Íntimos (nem vou comentar o título, embora deva admitir que "Criancinhas" ficaria muito esquisito mesmo).
Na verdade, é tudo sobre insatisfação e a incapacidade de tomar a decisão de mudar. Não entendo como as pessoas ficam presas em relacionamentos fracassados por comodismo. O resultado só pode ser aquele mostrado pelo filme - na primeira oportunidade de ter o que se quer nas mãos, as pessoas perdem o controle. E aí eu posso entender perfeitamente, já que nunca me conformei com situações que me deixam insatisfeita. Joguei empregos que as pessoas ao meu redor julgavam perfeitos para o alto, gastei muita grana pra realizar sonhos ouvindo vários "você é louca??", e muita gente acha meu modo de vida inconsequente, quando na verdade eu penso muito antes de tomar decisões.
Mas, voltando ao filme. Achei o final um tanto moralista, mesmo entendendo a intenção do diretor e do autor (Todd Field e Tom Perrotta). Não sei mesmo se os personagens da Kate Winslet e do Patrick Wilson (ambos excelentes) teriam a maturidade de tomar aquelas decisões - mesmo depois da chacoalhada que levaram. Gal discorda, acha que era o único desfecho possível. Mas a paixão cega e anula a racionalidade, e como espectadores geralmente tendemos a racionalizar.
Gabi achou o filme angustiante, e fez um paralelo inteligente com Closer (outro exemplo do-que-pode-acontecer-se-você-se-conformar). Concordo, porque em alguns momentos eu estava meio desconfortável na cadeira, especialmente ao ver a estrutura emocional da Sarah (Winslet) se desintegrando aos poucos. Engraçado como sofremos mais quando temos o que queremos nas mãos: é o medo da perda, sem dúvida. Aquilo me doeu no coração.
Não é um filme fácil, mas deve ser visto. Talvez algumas pessoas reavaliem suas prioridades depois dele.
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Viviane at 7:23:00 PM
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