quinta-feira, fevereiro 28, 2002
Céus!
Do Terra:
F1 teme ataque de hackers no GP da Austrália
Imagine um tétrico videogame de Fórmula 1 em que carros verdadeiros pilotados a mais de 300 quilômetros por hora são controlados a distância por hackers malignos. A julgar pelas notícias divulgadas ontem por vários sites, é uma situação próxima a essa que as equipes de F1 temem para o Grand Prix da Austrália, que será realizado no próximo domingo.
Tudo por causa das novas regras introduzidas na competição este ano, que permitem que os carros sejam controlados por computador enquanto estiverem em plena corrida. Chamada de telemetria bidirecional, a tecnologia utiliza uma antena acoplada aos carros, a qual envia aos engenheiros posicionados nos boxes microondas contendo informações sobre o desempenho das máquinas.
Os dados são avaliados e os engenheiros então decidem quais comandos remotos devem ser enviados de volta, a fim de interferir em aspectos como tração, potência, diferencial, consumo de óleo e combustível. Os pilotos podem aceitar ou não os comandos, pressionando um botão localizado no volante.
A telemetria bidirecional é conhecida há vários anos e até já foi utilizada na F1, mas foi banida em 1993. Este ano, será reintroduzida nas pistas a partir do próximo domingo, em Melbourne.
Por causa disso, os técnicos receiam que os códigos possam ser quebrados para enviar falsas mensagens aos pilotos. O técnico da equipe Jordan, Gilles Flaire, disse à revista francesa Sport Auto Moto que um ataque de hackers durante as corridas do final de semana poderia causar um desastre.
O chefe de operações da Williams, Sam Michael, acredita que há potencial para um ataque se o sistema não for codificado adequadamente. Ele acha que se isso acontecesse, o perigo maior seria uma mudança na parte mecânica dos carros, o que detonaria seu sistema motriz.
Para evitar acidentes, um forte esquema de segurança foi montado, o que inclui códigos secretos pré-definidos, criptografia de dados e limitação das mudanças que podem ser feitas remotamente. Seria necessário que um hacker tivesse muita habilidade para interferir nos sinais enviados.
Apesar de toda a segurança que cerca a multimilionária indústria da Fórmula 1, a Renault admitiu no ano passado que um grupo de hackers havia penetrado em seu sistema e roubado projetos de seus carros para a linha 2001.
Giordani Rodrigues
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Viviane at 8:19:00 PM
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