quarta-feira, abril 24, 2002
Do Terra:
Stephen Malkmus conhece Caetano e quer mais CDs brasileiros
O cantor americano de 35 anos Stephen Malkmus vai atrair um público específico em sua passagem pelo Brasil, durante o festival Abril Pro Rock. São fãs de sua antiga banda, o Pavement, considerada uma das mais prestigiadas no setor indie rock. O grupo formado em 1989 acabou em câmera lenta, em 1999, e com isso Malkmus se viu solo, com tempo para lançar um disco homônimo em 2001. A gravadora Trama, aliás, está relançando alguns clássicos discos do grupo como Slanted & Enchanted, de 1992, e Crooked Rain, Crooked Rain, de 1994.
Perguntado se os fãs do Pavement gostaram de seu CD solo, respondeu, por email, sem muito adorno: "Sim, o pessoal curtiu o disco". Malkmus está no Brasil desde a semana passada e faz show em São Paulo nesta quarta. Ainda sobre a antiga banda e negócios inacabados como discos não lançados, o cantor esclarece que existe sim material inédito do Pavement: "Existe um DVD que ainda não foi completado e não tem data para lançamento. Quer dizer, chegou a ter, mas depois não aconteceu. Não quero cometer esse mesmo erro novamente".
Melancolia
Ele diz que não conhece nada do Brasil, mas espera que depois de alguns dias tenha uma opinião formada sobre o assunto. "Mas o pessoal é muito caloroso", completa. Mas se não conhece nada sobre o país, e sobre a música? "Eu conheço Caetano, Tropicália e Mutantes. Vou comprar alguns discos e ficar conhecendo mais".
Como o mais recente disco saiu em 2001, é claro que uma nova leva de músicas já está sendo armada pelo músico. "Ainda não posso falar muito sobre ele, mas vamos começar a gravá-lo em maio", diz. Para os fãs, parte dessas músicas será executada nos shows no Brasil. O conteúdo das letras vai seguir a mesma linha do anterior, com acontecimentos do dia-a-dia e coisas que sua imaginação inventa.
Como uma parte da imagem do indie rock é a da melancolia, é curioso ouvir a opinião de Malkmus sobre o assunto: "Eu não sou melancólico assim. Sou bem humorado! Sempre fazendo brincadeiras, essas coisas". Se isso é uma forma de esconder instintos agressivos, ele responde: "besteira".
Pena que a produção do APR fez a grande bobagem de colocar o Malkmus como segunda atração da noite - muita gente perdeu o show ou parte dele porque chegou tarde, como o Expe. Ele simplesmente arrasou. "Hook" e "Church on White" foram os melhores momentos pra mim, mas a galera que é fã alucinada do Pavement deve ter enlouquecido com "In the Mouth a Desert". E senti falta de "Black Book", mas não faz mal. Há três meses, se alguém me dissesse que eu iria ver um show do Stephen Malkmus aqui em Recife, eu teria rido muito.
Agora, é esperar que a Trama lance logo todo o catálogo do Pavement, pra eu entrar no vermelho de vez.
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Viviane at 4:27:00 PM
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