quinta-feira, abril 25, 2002
Meus pais sofreram uma quase-tentativa de assalto ontem, na frente do prédio. Eles estavam saindo pra consulta médica da mamãe, e pararam na calçada pra conversar com um vizinho. Não se sabe de onde, surgiu essa figura (que papai desconfia já ter visto na praia), que apontou uma arma pro vizinho e mandou passar o dinheiro. Como ele não tinha dinheiro nenhum, nem no bolso nem na carteira, o cara mandou passar o relógio. Mamãe disse que estava petrificada e não conseguia nem dizer ai, enquanto papai ficou quieto, na dele, observando (que ele não é doido de achar que o treinamento militar dele serve pra tentar desarmar um maluco que poderia estar bêbado ou drogado). O que eles não entenderam foi porque o ladrão, em vez de se virar pro meu pai e pedir o dinheiro dele, simplesmente resolveu ir embora. E o que eles não esperavam ver era uma viatura dobrando a esquina - o cara já tinha assaltado outra pessoa perto, que ligou pra polícia. O bandido deu no pé, o soldado mandou parar, claro que ele não fez nada disso e continuou a correr, aí o soldado atirou pra cima, e o cara viu que ia levar uma bala nas costas e se jogou no chão. Acabou preso - incrível, alguém ainda vai preso nessa cidade, o vizinho foi prestar queixa na delegacia e meus pais foram pro médico. Enquanto isso, eu dormia como uma pedra. Mamãe brincou dizendo que nem tiroteio me acorda.
Ela contou que quando pegaram o cara ele gritou que só tinha feito aquilo porque estava com fome, e que ela morreu de pena. Mas quando eu penso que o filho da mãe podia ter dado um tiro nela, ou no meu pai, qualquer sentimentozinho de pena que eu pudesse ter evapora num segundo.
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Viviane at 12:07:00 PM
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