quarta-feira, julho 31, 2002
Dólar a R$ 3,61 encosta real no peso argentino. Bovespa sobe 3,95% alavancada por exportadoras. Risco-país recua 3,43%, aos 2.308 pontos
SÃO PAULO - Em manhã de pânico e descontrole no mercado de câmbio, a forte alta do dólar nesta quarta-feira levou o real a encostar no peso argentino nesta quarta-feira. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) sobe 3,95% puxada por ações de empresas exportadoras. Às 12h06m, o dólar foi negociado no Brasil por R$ 3,60 na compra e R$ 3,61 na venda, com alta de 9,39%. Para comprar um dólar hoje, os vizinhos argentinos têm de pagar 3,64 pesos.
Apesar das cotações semelhantes entre as moedas brasileira e argentina, os outros indicadores ainda mostram uma distância grande entre os dois países. Em plena situação de 'default' (calote), a Argentina tem um risco-país de 6.834 pontos-base, contra 2.287 pontos do risco brasileiro.
Intervenção - No mercado de câmbio,a liquidez é extremamente reduzida, mas os negócios acontecem mesmo diante de uma cotação tão alta. O Banco Central vendeu dólares pela manhã e comprou C-Bonds por meio de algumas poucas instituições financeiras, reduzindo o risco-país brasileiro. Mesmo assim a moeda continuou subindo 'na cara do BC', como dizem os operadores. Um leilão de linha externa no valor de US$ 100 milhões foi anunciado, mas também não houve reação, já que a operação se destina à rolagem de outros US$ 300 milhões que vencem na sexta-feira.
As empresas continuam comprando dólar a qualquer preço, porque não encontram crédito externo e precisam pagar dívidas. Vários analistas acreditam que somente o anúncio do acordo com o FMI poderia melhorar a situação, já que não há procura por 'hedge', mas uma procura real da moeda para honrar vencimentos. Há também quem defenda mudanças no depósito compulsório, para que os bancos sejam obrigados a reduzir suas posições compradas em dólar.
As operações do BC no mercado interbancário estão provocando volatilidade, já que a cada venda o dólar reduz o ritmo de alta, mas volta a subir em poucos minutos. Segundo um chefe de mesa de um banco estrangeiro, o BC aparentemente não está vendendo valores maiores, mas está consultando as mesas várias vezes, o que inibe as cotações. O BC passou a atuar depois que o dólar atingiu a máxima de R$ 3,375, com alta de 2,27%.
Risco-país - As ações do BC e a notícia de que o Brasil negocia acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) refletem-se no comportamento do principal índice de percepção do risco Brasil, que continuava, há instantes, em queda, porém em ritmo inferior ao registrado por volta das 10h15m, quando somava 2.198 pontos. Por volta das 11h45m, o índice calculado pelo banco JP Morgan Chase recuava 3,43%, em 2.308 pontos. Ontem, o indicador fechou em 2.390 pontos.
(do Globonews)
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Viviane at 12:37:00 PM
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