segunda-feira, setembro 30, 2002
Assino embaixo do que o Téo José escreveu na coluna dele hoje:
QUE COISA FEIA!
A turma da Ferrari deixou um rastro de vergonha em 2002
Amigos da Velocidade,
Michael Schumacher, Rubens Barrichello e a Ferrari não têm o direito de sujar desta forma a categoria mais atraente, importante, de tantas glórias e de ídolos de verdade. Ontem, mais um momento triste e de absoluta indignação. Confesso que a minha foi mais serena, tranquila, mas nem por isso menor do que a da Áustria. Foi ainda maior.
Pensei que a lição tivesse sido aprendida, depois daquela marmelada em "A1-Ring". Mas não, agora foi pior. Fico revoltado com o pentacampeão, ele não tem o direito de avacalhar com uma categoia que já nos encheu de orgulho, com pilotos e conquistas tão bonitas. Não tem o direito de se posar de bonzinho com um gesto tão pobre. Se posar de elegante devolvendo uma vitória a seu companheiro de equipe.
Bonzinho nada. Ele teve uma atitude que mais se parece uma molecagem, uma brincadeira de mau gosto. Talvez por ser tão superior já está se achando acima do bem e do mal. Continuo a respeitar Schumacher pelas suas qualidades como piloto. Não sou daqueles que jogam pedras nele por não ser brasileiro e ter tido um duelo com Senna.
Mas depois da Áustria e agora Indianápolis, estou perdendo quase que todo o respeito por este que é considerado um ídolo. Falta pouco, mas pouco mesmo.
E Barrichello? Mais uma vez perdeu a oportunidade de se redimir da total subserviência dentro da equipe. Confesso que na transmissão da Jovem Pan ontem, pensei que ele não queria ganhar a posição. Mas depois de suas declarações, o vi mais uma vez no papel de segundo piloto e de cabeça baixa:
"Ele me devolveu a vitória da Áustria. Eu ganhei lá e ele aqui. Quando vi que estava me dando passagem, ganhei com vontade e felicidade". Triste para ele uma declaração como esta. Fico mais triste ainda, li esta parte da entrevista umas dez vezes para ver se não estava entendendo errado. Pior é que não.
Rubens se esqueceu de como se sentiu na Áustria. Esqueceu tudo de podre que aquilo representou para F-1 e para o esporte. Ou então, não viu a coisa desta forma. Se naquela época não o condenei pela atitude e, sim, por um contrato leonino assinado com a Ferrari. Agora não.
A ordem para ganhar a prova não foi da equipe. foi uma atitude isolada de Schumacher. Ele não tinha porque ultrapassar. Que diminuisse ainda mais a velocidade e deixasse Michael com a cara no chão, seria uma bela lição. Mas não, ele venceu e ainda se diz feliz com isto.
Não gosto de vaias, mas as de ontem no pódio foram merecidas para os dois. Claro que a Ferrari também tem culpa e muita. Mesmo seus dirigentes dizendo que não tiveram nada com isto, eles deram o exemplo. Aliás, dão e seus empregados agora se sentem no direito de utilizar estas manobras baixas.
O mais sensato ontem ou agora era uma dura, e das grandes, pública em sua dupla de pilotos. Mas aí paro e penso, com que moral podem fazer isto? Triste também ver uma equipe de tanta tradição, que está dando um banho neste ano, com capacidade para fazer o melhor carro da história da Fórmula 1, ter uma filosofia tão distante do que realmente deveria ser o espírito esportivo.
E a FIA vai ficar só olhando? Está na hora de mudar o regulamento e dar um basta nisto. Esta equipe e suas pessoas não podem, não têm o direito, de nos deixar tão indignados, revoltados e tristes. Nós, que lutamos pela moralidade no esporte e que o mesmo seja também exemplo.
Indianápolis, o templo do automobilismo, abriu suas portas para Fórmula 1, até mesmo descaracterizando o palco tradicional de super disputas. E olha o que a turma da Ferrari faz. Entra pela porta de trás e sai pela janela, deixando um rastro de vergonha que vai demorar a ser apagado.
Espero que um dia seja e, mais, que toda categoria se volte contra isto que presenciamos neste ano, porque a Fórmula 1 é muito maior do que equipes e pessoas. Torço para que continue a ser.
Um abraço a todos e cuidem-se bem.
posted by
Viviane at 11:05:00 PM
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