sábado, setembro 21, 2002
Mas essa história é que é impagável mesmo:
O METRÔ DO AMOR
Essa história é sensacional e já está fora de controle. Rola em Nova York e foi passada pela antena desta coluna em Manhattan, Marco Lockmann. Preste atenção no troço.
Três pessoas, num belo dia de agosto, começaram a espalhar pela internet o seguinte e-mail, em nome de uma certa Organização para uma Vida Melhor no Metrô:
"A partir de hoje, quarta-feira, 14 de agosto, está declarado que todo primeiro vagão de todos os trens de metrô que servem Nova York é o 'vagão dos solteiros': uma área livre para os nova-iorquinos livres e desimpedidos conhecerem o passageiro de seus sonhos".
O que parecia piada foi sendo comentado e comentado na cidade. E, nos trens, a coisa começava a pegar.
Os primeiros vagões dos trens do metrô nova-iorquino passaram a ser ponto de encontro de solitários cidadãos da maior cidade dos EUA.
Mais de 8 milhões de pessoas vivem nas cinco regiões de NYC: Manhattan, Brooklin, Bronx, Queens e Staten Island.
Desses, estima-se, quase 2 milhões são de pessoas solitárias, tirando categorias como crianças e idosos, cujo sonho é encontrar seu par.
A idéia de estabelecer que os primeiros carros seriam os "vagões dos solteiros" não significa que, em tais vagões, impera a lei de que "ninguém é de ninguém".
O intuito era fazer as pessoas conversarem durante o trajeto, trocar idéias afins, saírem do carro para beber. E, por ventura, namorarem.
Três dias depois do 14 de agosto, alguns jornais impressos e on line já começavam a publicar reportagens sobre a "nova tendência".
Logo, a TV já localizava os três autores do "decreto do amor", que, mesmo assustados pela repercussão, já davam entrevistas para órgãos alemães e italianos.
Depois de repercutir na mídia, a história dos "vagões dos solteiros" pegou de vez.
Tanto que o Metropolitan Transity Authority (MTA) veio a público para anunciar que em muito breve deve tomar medidas para conter a superlotação dos primeiros carros do metrô.
"A coisa está uma balbúrdia", revelou um oficial da MTA para uma revista independente online de ótimos textos jornalísticos. "Os tais vagões dos solteiros está transbordando de pessoas que pertencem a nichos de todas as tribos sexuais, que começaram a demarcar suas áreas de atuação nos primeiros carros do metrô. Como se não bastasse, já passaram a batizar outros carros de acordo com seus fetiches sexuais."
O pior aconteceu recentemente, quando um grupo decretou que o quinto vagão é para pais solteiros se encontrarem, enquanto outra "vertente" da área sexual queria o mesmo vagão para atender às necessidades dos homossexuais masculinos. Deu briga.
As linhas, então, passaram a ser divididas. Olha como está: o terceiro vagão dos metrôs da linha é para as pessoas que curtem sadomasoquismo. O quarto vagão é para "garotas com pênis".
Reclamações de passageiros "normais" pipocam nos escritórios da MTA.
Tem gente defendendo a criação dos "vagões me-deixem-em-paz".
Continua...
(Lucio Ribeiro)
posted by
Viviane at 12:04:00 AM
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