Alta Fidelidade


Viviane Fontoura, Recife, PE
Sem pretensão nenhuma de imitar Nick Hornby... mas o cardápio aqui inclui música (lógico), literatura, cinema, automobilismo, e o que mais der na minha telha :)

Comentários?
viviane.fontoura@gmail.com

"I want to be all that I am capable of becoming"
(Katherine Mansfield)

on-line




My addiction



One of my many passions







My English Blog (stand-by mode)
High Fidelity


My fotolog
Private Paradise


My job
Fisk


Favourite Blogs

A Turma La da Rua
Adega Giamatti
Adios Lounge
Afrodite
Aleatorio
All things
Annix
Anyway Blog
Aloha Brasil
Biscoito Doce
Blog da Jackie
Blowg
Bocozices
Bolsa Amarela
British Point
Buraco de Traca
Call me James
Canelinha
Catapop
Cinema Cuspido e Escarrado
O Cinematographo
ClaraBeauty Journal
Coisas dessa Vida tao Cigana
Dating in LA
Deia LiveJournal
De Lua e Estrela
Discoteca Basica
Dont Touch my Moleskine
Drops da Fal
Emiliana
Enloucrescendo
Epinion
Even Better than the Real Thing
Febre Alta
A Feminista
Flabbergasted Versao 2
Fserbcombr
Gente
Head Over Feet
HunnyBunny
I dont mind a rainy day
InternEtc.
Interney
Intervencoes Sonoras
In Vitro
Jambock Times
A Janela Laranja
Uma Janela pro Ceu
Kaleidoscopio
Kawaii no Tenshi
Kibe Loco
Lady Macbitch
Leite de Cobra
As Letras da Sopa
Like a Fool
Lion's Den
Literatus
Lord Broken Pottery
mgib
Mme Mean
Make it Happen 5.0
Mark Simmons
Meet Za Monster
Meltoni
A Menina do Didentro
Meus Gatos sao Lindos
Miguio
Momento Descontrol
Morfina
Mui Gats
Nao Discuto
Neil Gaiman
New Alriada Express
No Bunker da Amber
Nothing Simple is Ever Easy
Obsessions
A Ostra e o Vento
Palavras e Coisas
Papel de Pao
Papel Pop
Para Francisco
Uma Paraiba em SP
Pausa para o Cigarro
Peixes Banana
Pensamentos Imperfeitos
Pensar Enlouquece
Pergunte a Noosfera
Poemas, Cigarros e Polaroides
Ponto Pessoal
Post de Gasolina
Quarto Piso
Quilombo dIdeia
Quintal Virtual
Samambaia Psicotica
Save Yourself
Scarlet Letters
Segunda Impressao
Shaggapress
Sindrome de Estocolmo
Smells Like Shit
Sonhando Acordadas
Sorvete de Casquinho
Sucrilhos e Bigornas
Tempo Imaginario
Think Bing
Toco cru pegando fogo
Tome uma xicara de cha
O Trabalho Liberta
Uma Dama nao Comenta
Veneno Anti-Monotonia
Ventilador
Virág
Wil Wheaton
World is Mine
You Give me Fever
Zel

No meu stereo...

Arctic Monkeys
Badly Drawn Boy
The Beatles
Belle and Sebastian
The Cardigans
The Charlatans
Coldplay
Damien Rice
Dave Matthews Band
David Gray
doves
Echo & the Bunnymen
Foo Fighters
Franz Ferdinand
James
James Blunt
Kaiser Chiefs
Keane
The Killers
Manic Street Preachers
Morrissey
Muse
Oasis
Pearl Jam
Placebo
Radiohead
R.E.M.
Robbie Williams
Snow Patrol
Sonic Youth
Stephen Malkmus
Suede
Suzanne Vega
Teenage Fanclub
Travis
U2
Weezer
Wilco


Na minha estante...

The Book Thief - Markus Zusak
Bit of a Blur - Alex James
Roses from the Earth: The Biography of Anne Frank - Carol Ann Lee
Can't Buy Me Love - Jonathan Gould


No meu browser...


Cinema:

Adoro Cinema
Box Cinemas
Cinema da Fundacao
Cinema em Cena
Cinemascopio
Filmwise
IMDB
Jo Blo's Movie Emporium
Rotten Tomatoes


Literatura:

About Classic Literature
All Spirit
Donna Tartt
English Verse
Literary Traveler
William Shakespeare


Noticias:

BBC
CNN
Diario de Pernambuco
Epoca
Folha OnLine
Globo
Jornal do Commercio
Jornal Nacional
pe360graus
Pernambuco.com
The New York Times
Reuters


Velocidade:

Amigos da Velocidade
Autosport
CART
Daily F1
Ferrari World
FIA
Formula 1
F1 Girls
F1 Mania
F1 na Veia
F1 na Web
F1 Noticias
Grande Premio
GP Brasil
Jacques Villeneuve
Juan Pablo Montoya
Kimi Raikkonen
McLaren
Motorsport
UOL Esporte F-1
Williams


TV Series:


Alias



Alias TV
Allies


Arquivo X



Official Site

Cast & Crew:
All Things Annabeth
Chimerical (David)
Chris Carter
Chris Carter OnLine
David and Gillian
Minha Traducao do Blog do David
DD Lovers
Dean Haglund
DuchovnyNet
Frank Spotnitz
The Gillian Anderson Gallery
Gillian Anderson Website
Lions Gate Directors (David)
Nicholas Lea
William B Davis

Discussion Forums:
DuchovnyForum
Fandomonium
Haven
Mulder's Refuge
Subsolo

General Info:
Arquivo X Brasil
Deep Background
Idealists Haven
X-Fonte
Inside the XF Transcripts Archive

Fansites & Fanfiction:
Aka Jake
The Annex
Beyond 44:58
Bonetree
Bugs
Catherine Earnshaw
Cathey Scully
Char Chaffin
Christine Leigh
Cybill & XFilesOpus
Dasha K
Dawn
Dawson Rambo
Donna
Donnilee
Enigmatic Dr's Favorites
Ephemeral
eXtensions
Gossamer
In Our Humble Opinion
Jamie Greco
Jerry Canary
Joann Humby
Lydia Bower
Michelle Kiefer
Millennium
Mimic's Musings
Possibilities by Susan
Primal Screamers
Sarah Segretti
Spooky Awards
Syntax 6
Temple of Devotion
Ten
Truthseekers
Two Close for Comfort
X-Files Lost and Found
XochiLovr
X-Sense
Wonderful Fics




CSI



CBS Official Site
CSI Official Site
The Evidence Never Lies


Lost



ABC Official Site
Lost Forum
Lost Links
Lostpedia
Unofficial Site
Jack & Kate
Matthew Fox
Josh Holloway
Evangeline Lilly


24



Kiefer Rocks
The 24 Insider
24 - Official Site
twentyfouronline
24 Weblog


Pense nisso:

Anistia Internacional
Central de Transplantes de PE
Make Trade Fair
Michael Moore
Unicef Brasil


Ajude:

The Breast Cancer Site
Click Arvore
Click Fome
WWF







This page is 
powered by Blogger. Isn't yours?

10/01/2001 - 10/31/2001 11/01/2001 - 11/30/2001 12/01/2001 - 12/31/2001 01/01/2002 - 01/31/2002 02/01/2002 - 02/28/2002 03/01/2002 - 03/31/2002 04/01/2002 - 04/30/2002 05/01/2002 - 05/31/2002 06/01/2002 - 06/30/2002 07/01/2002 - 07/31/2002 08/01/2002 - 08/31/2002 09/01/2002 - 09/30/2002 10/01/2002 - 10/31/2002 11/01/2002 - 11/30/2002 12/01/2002 - 12/31/2002 01/01/2003 - 01/31/2003 02/01/2003 - 02/28/2003 03/01/2003 - 03/31/2003 04/01/2003 - 04/30/2003 05/01/2003 - 05/31/2003 06/01/2003 - 06/30/2003 07/01/2003 - 07/31/2003 08/01/2003 - 08/31/2003 09/01/2003 - 09/30/2003 10/01/2003 - 10/31/2003 11/01/2003 - 11/30/2003 12/01/2003 - 12/31/2003 01/01/2004 - 01/31/2004 02/01/2004 - 02/29/2004 03/01/2004 - 03/31/2004 04/01/2004 - 04/30/2004 05/01/2004 - 05/31/2004 06/01/2004 - 06/30/2004 07/01/2004 - 07/31/2004 08/01/2004 - 08/31/2004 09/01/2004 - 09/30/2004 10/01/2004 - 10/31/2004 11/01/2004 - 11/30/2004 12/01/2004 - 12/31/2004 01/01/2005 - 01/31/2005 02/01/2005 - 02/28/2005 03/01/2005 - 03/31/2005 04/01/2005 - 04/30/2005 05/01/2005 - 05/31/2005 06/01/2005 - 06/30/2005 07/01/2005 - 07/31/2005 08/01/2005 - 08/31/2005 09/01/2005 - 09/30/2005 10/01/2005 - 10/31/2005 11/01/2005 - 11/30/2005 12/01/2005 - 12/31/2005 01/01/2006 - 01/31/2006 02/01/2006 - 02/28/2006 03/01/2006 - 03/31/2006

quarta-feira, novembro 20, 2002

 
A exposição vai até domingo... portanto, recifenses, se vocês não foram ainda, corram. Vale a pena esperar na fila.

O Brasil, em primeira mão: o conjunto completo das obras de Albert Eckhout chega ao país depois de 350 anos
(Veja online)



A mameluca, a tupinambá, a tapuia e a negra retratadas por Eckhout: descrições minuciosas de tipos étnicos ou alegorias? Essa é uma questão que intriga os estudiosos do artista holandês

Quando aportou no Recife, em 1637, o conde alemão Maurício de Nassau tinha o objetivo de consolidar o domínio militar que seus patronos, os holandeses, exerciam havia sete anos sobre o Nordeste brasileiro. Mas sua comitiva também trazia artistas e naturalistas, aos quais fora dada a tarefa de estudar e registrar tudo o que vissem. Dois nomes desse grupo se tornaram célebres: o de Frans Post (1612-1680) e o de Albert Eckhout (1610-1665). Cabia ao primeiro pintar paisagens e documentar os feitos de Nassau. Ao segundo, retratar os tipos étnicos que encontrasse, além da fauna e da flora que fascinavam os europeus. Pioneiras, as telas de ambos fazem parte da cartilha básica de imagens sobre o Brasil. Mas, enquanto Post é um artista de reputação consolidada, Eckhout não pára de despertar controvérsia. Seriam seus quadros puramente descritivos, ou teriam um conteúdo alegórico? Em que medida seus retratos são confiáveis do ponto de vista etnológico? Longe de ser um assunto encerrado, ainda está em aberto o entendimento das obras desse misterioso holandês, sobre cuja vida pouca coisa se conhece. Daí o valor da mostra Albert Eckhout Volta ao Brasil 1644-2002, que começa nesta terça-feira no Instituto Ricardo Brennand, do Recife. Trata-se de um evento inédito: pela primeira vez, todas as 24 pinturas brasileiras de Eckhout ainda existentes (duas se perderam em incêndios) foram liberadas pela instituição que as abriga, o Museu Nacional da Dinamarca. Quase uma década de negociações foi necessária para que isso acontecesse – além de um seguro que, estima-se, gira em torno dos 250 milhões de dólares.

As doze naturezas-mortas com frutas e legumes feitas por Eckhout não apresentam grandes problemas ao público. Elas se encaixam na tradição de pintura holandesa de seu tempo. Essa tradição era descritiva, como diz a historiadora americana Svetlana Alpers, uma das maiores autoridades mundiais em arte holandesa, que visita o Brasil nesta semana convidada pelos organizadores da exposição de Eckhout. Em seu livro A Arte de Descrever (Edusp), Svetlana demonstra que o que mais importava aos artistas daquele país, no século XVII, era oferecer ao espectador um conhecimento concreto do mundo, por meio de desenhos e pinturas. Nas naturezas-mortas eles usavam artifícios para mostrar um mesmo objeto de maneiras variadas – por fora, com parte de seu interior à mostra, ou ainda refletidos em metais e espelhos. Eram quadros planejados "como uma festa para o olhar atento", diz a autora, numa frase que se aplica à perfeição às goiabas, abacaxis, castanhas e cocos pintados por Eckhout, inteiros ou fatiados, com sua casca e sua polpa colorida expostas.

Ao contrário do que acontece com as naturezas-mortas, os retratos de Eckhout são um quebra-cabeça. O conjunto mais importante é em tamanho natural. As oito telas podem ser divididas em pares, cada um relativo a um casal. Há o casal de índios tapuias, o de índios tupinambás, o de negros e o de mamelucos. Há quem diga que eles são alegorias dos quatro continentes em que os europeus dividiam o mundo na época (América, Ásia, África e Europa), ou então alegorias dos estágios da civilização. Svetlana Alpers acredita que qualquer tentativa de enxergar significados ocultos nesses quadros é mal encaminhada. "O que Eckhout fez foi olhar para aquelas figuras com atenção e minúcia. Suas telas deveriam servir como testemunho daquilo que os europeus viram do outro lado do mundo. É isso que as torna especiais", disse a pesquisadora a VEJA. O fato de os personagens aparecerem de maneira posada não incomoda Svetlana – seria uma concessão às convenções artísticas, mas não uma falsificação. Ao observar um quadro como Negra, porém, alguns etnólogos não têm tanta certeza de que ele mostra uma escrava que se pudesse encontrar no Nordeste. Tanto a vegetação que a cerca quanto a indumentária e os adereços da mulher parecem indicar que ela ainda habita a África, e não o Brasil. A discussão não tem fim.

É difícil decifrar esses enigmas porque quase nenhuma informação sobreviveu a respeito de Eckhout. Ele ficou no Brasil por sete anos, de 1637 a 1644. O que fez antes é nebuloso, assim como o destino que teve após voltar à Europa. Quando os holandeses foram expulsos do Nordeste, Maurício de Nassau levou as telas consigo e as deu de presente ao seu primo, Frederico III, rei da Dinamarca. Isso explica por que elas pertencem ao museu nacional de Copenhague. Dom Pedro II tentou por duas vezes trazer os quadros para o Brasil, mas o máximo que conseguiu foram cópias reduzidas de seis deles. Partes do acervo chegaram até o país em quatro oportunidades: em 1968, em 1991, em 1998 e no ano 2000, durante a Mostra do Redescobrimento. Nove quadros nunca foram vistos por aqui.

Foi a obstinação de um publicitário, o dinamarquês Jens Olensen, presidente da agência McCann-Erickson no Brasil, que finalmente tornou possível a vinda do conjunto completo de obras. Apaixonado por Eckhout, ele negociou por oito anos com as autoridades dinamarquesas. A construção do Instituto Ricardo Brennand, no Recife, acabou sendo um trunfo importante em sua cruzada (veja quadro abaixo). Réplica de um castelo europeu, o prédio dispõe de uma pinacoteca impecável, dotada de equipamentos para um controle rígido de condições climáticas (as telas de Eckhout podem ser danificadas se expostas a níveis de temperatura e umidade inadequados). "Os técnicos dinamarqueses ficaram impressionados com as instalações e deram sinal verde depois de visitá-las", diz Olensen. Uma verdadeira operação de guerra foi deflagrada para trazer os quadros de Copenhague até o Recife. Foram utilizados três aviões especiais de carga para transportar as 24 obras, em caixas climatizadas de 12 metros quadrados. Cada um partiu em sigilo absoluto, devido ao valor altíssimo das obras. Elas ficarão sete meses no Brasil. Em dezembro seguem para Brasília e em janeiro para São Paulo. A organização do evento demandou 2,5 milhões de dólares, e espera-se que 1,2 milhão de pessoas, nas três cidades, prestigiem esse "retorno de Eckhout".

O senhor do castelo

O milionário Ricardo Brennand, que deu seu nome ao recém-inaugurado instituto onde estão expostas as obras de Eckhout no Recife, pertence a uma família influente na economia de Pernambuco – e nas artes locais também. O clã, de origem inglesa, estabeleceu-se no Estado em 1820 e montou um império que inclui usinas de açúcar e indústrias de aço, cerâmica, cimento, porcelana e vidro. O empresário é primo em primeiro grau do ceramista Francisco Brennand, um dos mais incensados artistas pernambucanos. De sua parte, Ricardo, de 75 anos, encontrou sua vocação no mecenato e na organização de coleções. Ele tem investido altas quantias em arte e revela um gosto bem diversificado. Possui a maior coleção particular do mundo de óleos do holandês Frans Post, colega de expedição de Eckhout. Também tem um vasto acervo de armas antigas e livros raros. Ao criar seu novo instituto, ele realizou um sonho: construiu uma réplica de um castelo medieval para abrigar a entidade. "Não tenho talento para criar, mas sou um bom copista", brinca. Embora o empresário seja reservado ao falar em cifras, especula-se que só nas instalações da pinacoteca do complexo foram consumidos 20 milhões de dólares. Parte do dinheiro investido no projeto, informa o próprio Brennand, veio da venda de três fábricas de cimento da família.