terça-feira, novembro 19, 2002
Yes, they're stereotypes
There must be more to life...
"Stereotypes", Blur
Galera, diferente do que possa parecer, eu não detesto o Brasil. Não chego nem perto do Randall, que soltou um "Brasil sucks" no blog dele... Muito pelo contrário: eu respeito e admiro tudo o que este país produziu e produz de bom. O melhor piloto de F1 de todos os tempos é brasileiro. Vinícius, Drummond e Quintana são brasileiros. Tom Jobim e Chico Buarque, também. E eu amo todos eles (só pra citar três das minhas grandes paixões, automobilismo, literatura e música). Jobim e Sinatra convivem pacificamente na minha CDteca, Nick Hornby e André Takeda conversam na minha estante. Só que eu não "sofro" desse patriotismo exacerbado que impede que algumas pessoas vejam que tem muita porcaria sendo produzida e consumida aqui (como em qualquer outro lugar, vide Creed, Bon Jovi e outras aberrações). Lugar perfeito não existe. O que existe são lugares que se aproximam mais da idéia particular de cada um sobre o que seja a perfeição. E isso não tem nada a ver com patriotismo (ou falta de), mas com identificação, gosto pessoal, tendências e idiossincrasias.
E não sei quanto às experiências dos outros, mas eu sempre fui extremamente bem tratada no exterior. Nunca me discriminaram na faculdade em Toronto por ser brasileira. Talvez esse seja outro estereótipo que o brasileiro tem que perder: parar de agir como vítima, como se todo mundo lá fora nos odiasse ou desprezasse. Não é assim. E aliás, como é que um brasileiro pode abrir a boca pra falar de preconceito, se basta a gente ter um sotaque diferente (seja lá de que parte do Brasil a gente for) pra comer o pão que o diabo amassou na escola? Eu fui muito discriminada, sim, mas quando vim morar em Recife vinda do centro-oeste e o pessoal da sala ria toda vez que eu soltava um erre mais pronunciado.
Dois pesos e duas medidas não, gente, vamos ser coerentes. É isso.
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Viviane at 5:18:00 PM
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