quinta-feira, março 06, 2003
Viciei em A Casa das Sete Mulheres. Não só pela história e pelo elenco (céus), mas principalmente por causa do meu avô.
O Seu Irênio era gaúcho da fronteira, lá de Uruguaiana. Quando a minha mãe era menina, ele cantava "Sinhazinha" (sinhazinha, moça bela, filha de um fazendeiro, eu a vi numa capela, casando-se com um boiadeiro...) e "Prenda Minha" para ela dormir. E é impossível não me lembrar dele ao ver os pampas e ouvir aquele sotaque que me enche de saudades. Todas as minhas melhores lembranças de infância são das férias de julho na casa grande do Bom Retiro, em Curitiba, e dos passeios com a minha avó pela Rua das Flores (onde o Seu Irênio viu a Dona Dirce pela primeira vez, na porta da Confeitaria Schaeffer, e disse pro irmão: "ainda me caso com aquela morena". Casou) e das tardes frias que eu passava com minha mãe e minha prima Vanessa na Biblioteca Pública, vendo teatrinhos e lendo Condessa de Ségur.
Mas as férias de julho estão chegando de novo, e eu vou passar uns dias em Curitiba, e vou aproveitar pra escrever o meu projeto de mestrado em um lugar onde eu me sinto bem e feliz, e não uma completa estranha. Mesmo depois de dezessete anos.
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Viviane at 7:01:00 PM
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