quarta-feira, agosto 13, 2003
E ontem eu fui ao concerto da Orquestra Sinfônica do Recife, no Teatro Santa Isabel. A bestest friend tinha me convidado semana passada e eu tinha aceitado na hora - amo música clássica - mas o que eu não esperava era que eles fossem tocar justo a minha all-time favourite: a Suite Quebra-Nozes, de Tchaikovsky (meu compositor preferido, junto com Vivaldi, Beethoven, Mozart e Chopin). Eu me lembro de ter assistido ao ballet, com Mikhail Barishnikov, num especial de Natal na Globo quando eu tinha uns cinco anos. Fiquei fascinada - a idéia dos brinquedos ganharem vida, na minha cabecinha impressionável de cinco anos, deve ter feito estragos... mas a música me pegou de jeito, e não adianta, eu sempre choro quando escuto a Valsa das Flores. A segunda parte do programa foi Brahms - que, devo confessar, não mexe muito comigo - mas a Sinfonia n° 4, a peça apresentada ontem, é impressionante de tão dramática. A repetição dos movimentos dá pra deixar um desavisado em transe.
E parecia que eu estava prevendo o que ia acontecer quando comentei com a Marcia a mania do povo de aplaudir entre os movimentos. Um estressadinho perdeu a paciência no meio do Quebra-Nozes e berrou "não se aplaude no meio da peça, caramba". Pior a emenda do que o soneto. Como disse o meu amigo Claudio (que eu não via há uns quatro anos e que literalmente esbarrou comigo no saguão), não se deve nunca reprimir um aplauso espontâneo. Quebrar o protocolo aplaudindo fora de hora é uma coisa, mas falta de educação é outra - muito pior, diga-se de passagem. Até o maestro (maravilhoso, e claramente um apaixonado pelo que faz; antes de cada peça ele contou um pouco da história do compositor, e eu fiquei sabendo que Tchaikovsky na verdade detestava a história do Quebra-Nozes e só escreveu a partitura porque tinha sido uma encomenda) deu um tapa de luva de pelica no engraçadinho e disse que aquela confusão toda atrapalhava a orquestra muito mais do que os aplausos, que no fim das contas significam que o público está gostando da música.
Anyways: isso é o alimento da alma, folks. Eat, drink and be merry, for tomorrow we may die. :)
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Viviane at 11:10:00 AM
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