quinta-feira, dezembro 04, 2003
Yeah! Vou me jogar.
Festivais guiam maratona da Fundação
Filmes da Retrospectiva 2003/Expectativa 2004 foram garimpados em festivais que tiveram cobertura com apoio do Jornal do Commercio
RAFAEL GUERRA
Todo fim de ano, os cinéfilos recifenses migram para o Cinema da Fundação com o objetivo de acompanhar os principais lançamentos do ano que está por vir e relembrar os filmes mais importantes do ano que passou. A Retrospectiva/Expectativa do Cinema da Fundação já é uma tradição na cidade e se instalou no roteiro cultural do Recife. Amanhã, começa a sexta edição do evento, que vai mostrar 37 filmes em pouco mais de duas semanas.
Segundo o crítico de cinema, Kleber Mendonça Filho, responsável pela programação do Cinema da Fundação, a Retrospectiva/Expectativa esta cada vez mais com filmes inéditos (25 dos 37 em cartaz), ganhando ares de uma “Mostra de Cinema do Recife”. “A programação é montada com base em festivais internacinais como o de Veneza e o de Cannes. Mostras nacinais, como a de São Paulo e a do Rio também ajudam a compor a grade de filmes”, afirmou Kleber, que esteve em Cannes, no Rio e em São Paulo para cobrir os eventos para o Jornal do Commercio. A Retrospectiva 2003/ Expectativa 2004 conta com o apoio do Centro Cultural Brasil-Alemanha e do consulado da França.
Neste ano, há uma variedade muito grande de películas. Desde filmes cults europeus, passando por trabalhos hollywoodianos, chegando pelas produções nacionais. “O interessante desta Retrospectiva/Expectativa é que o público pode dividir os filmes em blocos. Há os que todos já têm referência, como Dogville e Elefante que tiveram carreiras brilhantes nos festivais. No entanto, serão exibidos também produções mais obscuras como Tirésia e As Invasões Bárbaras. É interessante dar às pessoas a oportunidade de descobrir os filmes”, disse.
Neste primeiro fim de semana, o maior destaque é o filme norte-americano Elefante, do cineasta Gus Van Sant, que levou a Palma de Ouro no Festival de Cannes 2003. Elefante mostra uma visão poética da violência existente na juventude norte-americana. O filme enfoca a questão dos jovens perdidos e da facilidade que eles têm de se armar até os dentes, problema que já causou algumas tragédias no país de George W. Bush. No mesmo fim de semana, irá passar o filme de Michael Moore, vencedor do Oscar de Melhor Documentário de 2003, Tiros em Columbine, que trata do mesmo assunto de Elefante. A maior diferença entre os dois é que Gus Van Sant, ao contrário de Michael Moore, não se preocupou em explicar o fenômeno e nem procurou passar uma lição de moral, apenas expôs os fatos.
Também merece destaque neste fim de semana o filme neo-zelandês A Encantadora de Baleias, que vem arrebatando prêmios do público em quase todos os festivais que passa e freqüentemente é ovacionado de pé. A produção do diretor Niki Caro conta a história de um garota de 11 anos que tem que lutar contra o preconceito do avô, que queria um neto para dar continuidade às tradições da sua tribo. Para Kleber Mendonça, este pode ser uma das grandes surpresas do Retrospectiva 2003/Expectativa 2004. “Conhecendo o público recifense, acho que A Encantadora de Baleias, Dogville e o documentário A Captura dos Friedmans serão os filmes mais impactantes, e há possibilidade de serem aplaudidos”, disse Kleber.
Os filmes nacionais ainda não são as principais atrações da Retrospectiva/Expectativa, mas apesar da pouca quantidade, apenas quatro filmes, o cinema nacional está bem-representado nesta edição. O pernambucano Amarelo Manga, que brilhou no festival de Brasília de 2002 mostra um retrato cru e visceral do Recife dando espaço a personagens que, geralmente, não ganham as telas. Desmundo e Durval Discos, apesar de não serem inéditos, serão vistos pela primeira vez por muitos, já que passaram pouco tempo em cartaz. O documentário Edifício Master, do veterano Eduardo Coutinho, também participará do festival.
Dia 05
Sexta 19h30 As invasões bárbaras
21h50 Elefante
Dia 06
Sábado 16h40 Tiros em Columbine
19h10 Em nenhum lugar da África
22h Albergue espanhol
Dia 07
Domingo 17h Coisas belas e sujas
19h A encantadora de baleias
21h10 À francesa
Dia 08
Segunda 18h30 As invasões bárbaras
20h40 Adaptação
Dia 09
Terça 19h30 Elefante
20h20 A última noite
Dia 10
Quarta 18h30 Procurando Nemo
20h30 As bicicletas de Belleville
Dia 11
Quinta 18h30 Lance de sorte
20h40 Femme fatale
Dia 12
Sexta 18h Durval Discos
19h50 Nathalie X
22h Anti-herói americano
Dia 13
Sábado 17h30 Amarelo manga
19h40 Tiresia
22h Segunda-feira ao sol
Dia 14
Domingo 16h40 Em nome de Deus
19h10 Swimming pool
21h10 O outro lado da cama
Dia 15
Segunda 18h30 Em nome de Deus
20h50 Hulk
Dia 16
Terça 18h30 Sem notícia de Deus
20h30 Dogma do amor
Dia 17
Quarta 18h30 Tolerância zero
20h30 O pianista
Dia 18
Quinta 17h Edifício Master
19h10 Tadpole - Um jovem sedutor
20h50 Desmundo
Dia 19
Sexta 17h20 O outro lado da cama
19h Callas Forever
21h20 Adeus, Lenin!
Dia 20
Sábado 17h30 Geração roubada
19h40 Prova de amor
21h30 A captura dos Friedman
Dia 21
Domingo 17h30 Dogville
21h Adeus, Lenin!
(Jornal do Commercio)
Como Murphy não me deixa em paz, muitos filmes que eu quero ver vão passar nos meus horários de aula. Saco. Mas Dogville, dia 21, já está marcadíssimo no meu calendário. Nicole, yeah. Apesar do meu trauma com Lars van Trier - saí de Dançando no Escuro com vontade de espancá-lo - não perco esse filme de jeito nenhum.
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Viviane at 12:58:00 PM
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