sábado, maio 01, 2004
And life goes on...
Uma lenda pop no Teatro da UFPE (Jornal do Commercio)
Pioneiros do britpop, os escoceses da Teenage Fanclub desembarcam com 15 anos de atraso no Recife, uma espera que os fãs podem ver recompensada hoje à noite
JOSÉ TELES
Pioneira do chamado britpop, e de certa forma do indie rock, no Reino Unido, a banda escocesa Teenage Fanclub nem mesmo quando atingiu o auge do sucesso, em 1991, com o disco Bandwagonesque teve algum hit nas rádios brasileiras. É que na época em que já havia conseguido entrar até no mercado norte-americano, a monocultura musical já dominava o Brasil do Oiapoque ao Chuí.
Uma pena, pois discos como A Catholique Education, tido como melhor do grupo, e o citado Bandwagonesque, são exemplos do melhor pop que se fez por aquelas bandas da Europa, nos anos 90. Com a tardia, mas bem-vinda, apresentação da Teenage Fanclub no Recife (hoje, no Teatro da UFPE), a música doce-amarga dos escoceses pode ser curtida (em meio ao pop variado da Parafusa, Profiterolis, PELVs, e da sueca Hell on Wheels - tocam nesta ordem). Foi em 1989 que Norman Blake, Raymond McGinley, Francis Macdonald e Gerard Love entraram num estúdio pela primeira vez. A banda existia há apenas dois meses, nunca tinha feito shows. Com alguns ensaios, oito canções e dois instrumentais compostos, eles conseguiram fazer uma pequena obra-prima, o citado A Catholique Education, gravado em uma semana.
O quarteto passou pelo estágio de distribuir demos entre amigos. Na base do boca-a-boca, eles inciaram uma série de shows pela Escócia, alguns com o Primal Scream. Atraíram atenção de gravadoras como a Matador e jornais especializados como o Melody Maker. Com bandas feito My Bloody Valentine, Galaxie 500, Ride and the Soup Dragons, a Teenage Fanclub foi responsável por uma nova onda do pop britânico.
Com Bandwagonesque, a TFC adquiriu status de estrela. Lançado nos dois lados do Atlântico, o álbum não chega a ser um mega-sucesso mas assegura o lugar da banda entre os grandes nomes de sua época. O grupo fez uma turnê européia com o Nirvana, quando a banda de Kurt Cobain, estava no auge, em 1992.
Quando gravavam o que seria o CD Songs from Northern Britain, os integrantes do Teenage Fanclub encontraram-se no estúdio com Liam Gallagher, que lhes dise a famosa fanfarronice: “Vocês são a segunda melhor banda pop do mundo” (a primeira, obviamente, seria a Oasis).
A TFC ao longo desses anos manteve uma carreira equilibrada. Enquanto sofreu pesadas críticas pelo álbum Thirteen, conseguiu elogios pelos dois álbuns seguintes. Songs from Northern Britain e Howdy!
No show de hoje, a banda, se tiver sido bem instruída, caprichará no repertório de Bandwagonesque: Com certeza irá ter corinho em canções como The Concept, e What You do to me, o mais o próximo que o TF esteve de ter um hit brasileiro.
O pop humorado da sueca Hell on Wheels é aperitivo do festival
Desconhecida do público brasileiro, a sueca Hell on Wheels pode ser uma agradável surpresa no festival No Ar: Coquetel Molotov. A fria Suécia vem tornando-se um filão de bandas pop (vide Cardigans e The Hives).
Formada há dez anos, a Hell on Wheels (o nome surgido em uma noitada de muito vinho, escolhido entre 51 e outros), era inicialmente um quarteto. Hoje um trio, o grupo é formado por Rickard, Johan e Äsa, faz música pop com bem arquitetadas harmonias vocais e guitarras mais ou menos pesadas. A bateria é um destaque no instrumental do grupo. A discografia do Hell on Wheels ainda é pequena para o tempo de estrada do grupo, são apenas dois CDs (Oh my God what Have I Done e There is a Generation of Handicaped People to Carry on), dois EPS (CDs com meia dúzia de faixas) e singles (todos inéditos no Brasil).
A música leve e bem-humorada da Hell on Wheels é uma boa entrada (juntamente com a da Pelvs, Parafusa e Profiterolis) para o prato principal da noite, o esperado grupo Teenage Fanclub (J.T.).
E es-ta-remos lá! :)
posted by
Viviane at 11:18:00 AM
|