segunda-feira, maio 10, 2004
Automobilismo caminha rumo ao admirável mundo novo
Por Alan Baldwin
BARCELONA (Reuters) - A Fórmula 1 está se encaminhando para um admirável mundo novo e à promessa de muito mais emoção com bem menos dinheiro. Vai estar de volta para o futuro, deixando para trás muito da tecnologia da era espacial e destacando a velha e boa arte de pilotagem.
Mas a rapidez de tais mudanças ainda está em discussão, apesar do otimismo revelado esta semana, depois que as equipes acenaram positivamente para o que talvez seja a mais radical transformação da história do esporte.
Max Mosley, presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), espera que essa revolução tenha início em 2006.
No entanto, ele admite que possa só acontecer em 2008, quando o confidencial 'acordo da concórdia', que regula o esporte, se encerra.
Como sempre na Fórmula 1, o problema está nos detalhes, e muito há para ser discutido.
O primeiro problema é em relação a qual tipo de motor os carros devem ter.
Mosley afirma que as sete montadoras da categoria -- Ford, BMW, Mercedes, Renault, Ferrari, Honda e Toyota -- estão gastando um bilhão de euros (1,21 bilhão de dólares) por ano em motores atualmente e que esse orçamento tem que ser revisto.
Todos concordaram em relação a esse ponto.
Mas enquanto a FIA sugere uma redução dos motores V10 de três litros para V8s de 2.4 litros, as montadoras acreditam que seria mais econômico manter os motores V10s e torná-los duráveis apenas para uma corrida.
Foi acertado em Mônaco, na última terça-feira, a discussão de propostas diversas, a serem aprovadas pelo conselho mundial automobilístico da FIA no dia 30 de junho, em 30 dias.
SEM ACORDO
As cinco principais montadoras da Europa também se mantêm publicamente engajadas na realização de seu próprio campeonato a partir de 2008.
Acordos contratuais com os fornecedores de pneus Bridgestone e Michelin têm que ser resolvidos antes que a Fórmula 1 passe a ter apenas um fornecedor. Isso também deve acontecer em 2006.
Também deverá haver mais debate sobre a venda ou aluguel de carros entre equipes, uma medida chave para ajudar novos competidores na categoria.
"Há um grande desejo para encorajar novas equipes a ingressar na Fórmula 1 mas evidentemente que as equipes que já estão na categoria não querem abrir mão de recursos ou privilégios", admitiu Mosley.
O trunfo de Mosley é que a FIA poderá impor o que desejar a partir de 2008.
A partir dessa data, o 'acordo de concórdia, acertado em 1981 para trazer estabilidade ao paddock, não terá mais validade e não será refeito. O futuro está nas negociações individuais.
"Eu iniciei a reunião (em Mônaco) afirmando que o acordo de 1981 estava obsoleto e que nós não tínhamos nenhuma intenção de fazer um novo acordo desse tipo", afirmou Mosley, sobre sua discussão com os chefes de equipe. "Não houve objeções a respeito disso."
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Viviane at 11:48:00 AM
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