segunda-feira, maio 03, 2004
E aqui está o meu texto sobre o Ayrton, publicado sábado na Folha de Pernambuco:
O mito Ayrton Senna
Muitos pilotos vencem corridas. Alguns ganham títulos. Poucos se tornam lendas. Ayrton Senna conseguiu fazer as três coisas. Quando Galvão Bueno disse “Senna bateu forte”, não pensei que o acidente fosse tão grave. Eu já tinha visto Ayrton sair de situações piores. Não sabia que estava testemunhando o momento em que o homem virou mito. Muita gente me pergunta o porquê da minha fascinação por corridas. Sinceramente, não sei explicar. Como Ayrton dizia, deve estar no sangue. O ronco dos motores, o cheiro da borracha dos pneus queimando no asfalto, tudo isso com certeza faz parte da equação. Mas o Ayrton foi, e é, a pedra fundamental que sustenta o meu amor pela Fórmula 1. Eu tinha 12 anos quando ele começou a correr, e 16 quando ele venceu o primeiro campeonato.
Meus pais achavam engraçado que eu tivesse um pôster da Lotus amarela na parede do quarto, ao contrário das minhas amigas, que preferiam a boy-band da vez. Já na época da McLaren, meus amigos da faculdade sabiam que se o Prost vencia uma corrida no domingo, eu chegava de mau humor na segunda. O pessoal do trabalho ria quando eu tinha plantão no domingo e deixava um radinho sempre por perto, tentando ao menos saber a classificação. Ayrton Senna foi um piloto excepcional e uma figura humana admirável. Não penso nele como um mito. Era humano, tinha defeitos, cometia erros. Penso nele como o ídolo do esporte que me fazia sentir um orgulho absurdo de ser brasileira. Como o campeão que caía no choro ao vencer em casa e transformava Interlagos em um lugar mágico. Saudades, Ayrton. Hoje e sempre.
posted by
Viviane at 1:42:00 PM
|