sábado, setembro 18, 2004
Blasfêmia cinematográfica
Estou pas-sa-da.
Quero meus R$7, 50 de volta. Como é que se tem a coragem de destruir as lendas arthurianas daquele jeito? A tal "ultimate version" de Rei Arthur deveria ter sido chamada de "decimate version". Eu estava à beira de um ataque de raiva.
Arthur ROMANO??? Igraine assada numa choupana??? Merlin líder de uma tribo pagã??? Guinevere guerreira??? Hã? E onde ficou Avalon na história???
O pior de tudo foi reduzir o exército de Arthur - senão o mais numeroso, ao menos o melhor e mais bem treinado (afinal, Lancelote era mestre em cavalaria) do século V - a SETE CAVALEIROS. Sete! A Távola Redonda virou piada. E aquela batalha sem-pé-nem-cabeça com os saxões? O filme dá a entender que eles tentaram invadir, foram parados pelos sete-poderosos e correram com o rabinho entre as pernas, enquanto que é historicamente provado que a dominação saxônica durou séculos (ora, porque é que o inglês tem tanto a ver com o alemão?). E a cada vez que Bors dizia que queria dar o fora da "maldita ilha" (ou seja, a Bretanha), eu estremecia. O insano do roteirista chegou a inventar uma nacionalidade nova pros cavaleiros!
Passem bem longe desse filme. Lendas arthurianas são trabalho de Bernard Cronwell ou Marion Zimmer Bradley.
Uma estrelinha pro filme - única e exclusivamente por causa do "pedaço-de-mau-caminho-não-estrada-pra-perdição-completa" Clive Owen - como disse a Gal, o ator certo pro papel certo no filme errado.
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Viviane at 8:03:00 AM
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