sábado, novembro 06, 2004
Programa de hoje:
Osesp sob pulso firme de Neschling
(JC online)
Principal orquestra brasileira da atualidade faz apresentação no Recife, tocando obras de Rossini, Beethoven, Guarnieri e Guerra Peixe-Clóvis Pereira
PAULO SÉRGIO SCARPA
Sob a batuta do sempre exigente maestro John Neschling, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) chega ao Recife para apresentação hoje às 21h, no Teatro Santa Isabel com um repertório de obras consagradas e populares – O Barbeiro de Sevilha, de Rossini, a Suíte Vila Rica, de Guarnieri, Sinfonia nº 5, de Beethoven e, tendo como bis, Mourão, de Guerra Peixe e Clóvis Pereira.
A Osesp é a mais importante orquestra brasileira da atualidade, tem orçamento anual de R$ 30 milhões e passa por um momento de mudança na sua direção: seu regente associado e diretor artístico adjunto, o maestro Roberto Minczuk, deixou o posto para ser o principal maestro convidado e manter os concertos ainda programados com a orquestra neste fim de ano e os 90 já agendados para 2005. Para preencher o posto, haverá concurso para aberto a regentes brasileiros e latino-americanos para contratação, por dois anos, de um maestro assistente.
A marca de Neschling foi sempre a polêmica desde a recriação da Osesp. Fez tanto barulho ao assumir que a Fundação Getúlio Vargas transformou-o em objeto de estudo de um pessoal que nada tem a ver com música erudita: executivos interessados em experiências de gestão e em casos de reviravoltas em empresas.
A Osesp não poderia ser melhor exemplo de uma gestão pública que está dando certo, apesar das críticas de bastidores, das notícias plantadas na mídia de que Neschling deixaria o posto e de que a Osesp seria fechada por falta de recursos. O temperamental Neschling continua à frente da Osesp apesar de ser acusado de autoritário e despótico e cujo salário provoca um misto de inveja, admiração e indignação no meio artístico diante dos padrões brasileiros. E como as cláusulas contratuais foram cercadas de mistério, Neschling não revela o valor do salário, mas questiona: “Música sem dignidade vale a pena?”. Extra-oficialmente, receberia R$ 800 mil anuais.
Os críticos da Osesp, porém, jamais negaram que a orquestra melhorou porque Neschling tem disposição para comprar brigas, criou padrões mais rigorosos para contratar os músicos e exige maior dedicação de todos. E contou sempre com o apoio do Governo do Estado.
Antes do concerto no Santa Isabel, John Neschling troca a batuta pela caneta e autografa, das 15h às 16h os CDs que gravou à frente da Osesp, em parceria com a gravadora sueca BIS ou pelo selo próprio. São importantes obras que vem registrando desde 1999, de compositores brasileiros e internacionais, onde demonstra nas gravações sua qualidade técnica e musical.
Ingresso: R$ 30 e 15 (meia)
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Viviane at 1:05:00 PM
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