domingo, dezembro 04, 2005
Foi o jornalista Marcello Rollemberg quem escreveu o texto abaixo. Mas poderia ter sido eu. Cada palavra dele poderia ter sido minha.
"O que importa é que me sinto em casa em Londres: me emociono quando chego, me entristeço quando passo pelo último portão de Heathrow ou Gatwick e me preparo para pegar o avião de volta para o Hemisfério Sul. Caminho pelas suas ruas como na canção do Caetano, "nowhere to go", e concordo com ele: "London, London is lovely so". Gosto, como VS Naipaul escreveu uma vez, de me perder por ruelas antiquíssimas e desconhecidas, faço questão de me sentar à beira da fonte de Piccadilly Circus e de passar pelo menos uma tarde em St. James's Park. Vou me misturando à multidão e, como o tal camaleão da canção de Boy George, me mimetizo e me confundo com a paisagem. Ou pelo menos tento."
Eu vou voltar à minha Londres - minha, sim, porque cada um que ama uma cidade possui um pouco dela - em julho, e sei que vou cair em prantos assim que chegar à Strand, ver Trafalgar Square, e olhar à esquerda logo depois da Charing Cross Station e conseguir ver o Parlamento. E não vejo a hora de mostrar pro meu irmão a sacada onde Churchill fez seu discurso no dia da vitória, e de me sentar no gramado do lado da Abadia de Westminster e ver o sol se pôr (às dez da noite), e de andar por Southbank da Torre de Londres até a Westminster Bridge, e de tomar um café na Oxford Street vendo os doubledeckers passando e me sentindo em casa mais uma vez.
Nem todo mundo casa com o amor da sua vida, mas sabe quando encontrou. Da mesma forma, nem todo mundo pode viver na cidade que escolheu como seu lugar no mundo. Mas é um conforto e uma alegria saber que ela existe.
(Este post também é pra Nádia, que ama Londres tanto quanto eu)
posted by
Viviane at 5:40:00 PM
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