quarta-feira, fevereiro 01, 2006
Quando você vê uma pessoa (me desculpem, mas não dá pra chamar de mãe uma mulher dessas; seria um desrespeito à minha mãe e a tantas outras mães maravilhosas que eu conheço) chamando um recém-nascido de "essa droga de menina", dá medo de viver nesse mundo. Sinceramente.
Eu não tenho planos de ser mãe nem sequer a médio prazo. Não me sinto preparada, a situação não se encaixa no meu projeto atual de vida. Não é algo que eu possa afirmar que quero. Mas, se acontecesse, passado o pânico inicial - que eu tenho certeza que viria; eu, responsável por uma vida? - eu fatalmente iria terminar fazendo coisas do tipo colocar um fone de ouvidos na barriga tocando Beatles, e dizendo "ei, bebê, esse é o tio John, e esse é o tio Paul, e eles são muito legais, sabe?". Eu não tenho paciência pra ensinar crianças, mas algumas das minhas amigas sabem o quanto eu gosto dos filhos delas (a ponto de sentar no chão da escola e brincar de carrinho com o Guilherme, filho da Flávia). Já teve gente que me disse que eu daria uma ótima mãe. Não sei mesmo. Eu tentaria. Provavelmente iria enlouquecer o moleque (não sei porque sempre penso num menino). De todo jeito, filhos são uma idéia distante pra mim. Come on, eu não consigo nem ter um relacionamento decente com essa vida workaholic-descontrolada. Meu queixo cai de ver a renúncia de algumas das minhas amigas - e eu não escondo a minha admiração profunda por elas.
Daí aparece uma criatura - não dá pra chamar de monstro, sabe? Até o filho do Dr. Frankenstein tinha sentimentos - e faz uma coisa dessas, e fala uma coisa dessas. E eu dou graças a Deus pela minha mãe, e fico envergonhada por todas as vezes em que eu reclamei dela por excesso de cuidados comigo.
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Viviane at 10:08:00 PM
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